A Fonte e a Flor, de Vicente de Carvalho

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Esta poesia é uma das mais lindas que conheço… 
“Deixe-me, fonte” – dizia
 A flor, tonta de terror,
E a fonte, sonora e fria,
Cantava, levando a flor.

“Deixe-me, deixe-me, fonte!”
 Dizia a flor a chorar:
“Eu fui nascida no monte…
 Não me leves para o mar.

E a fonte, rápida e fria,
 Com um sorriso zombador,
 Por sobre a areia corria,
 Corria levando a flor.

“Ai, balanços do meu galho,
Balanços do berço meu!
 Ai, claras gotas de orvalho
 Caídas do azul do céu!”

Chorava a flor, e gemia,
Branca, branca de terror,
E a fonte, sonora e fria,
Rolava, levando a flor.

“Adeus, sombra das ramadas,
 Cantigas do rouxinol!
 Ai, festas das madrugadas
 Doçuras do pôr do sol!

Carícias das brisas leves,
 Que abrem rasgões de luar.
 Fonte, fonte, não me leves,
 Não me leves para o mar!…

As correntezas da vida
 E os restos do meu amor
 Resvalam numa descida
Como a da fonte e da flor

Este post tem 8 comentários

  1. Nair

    Esta poesia do Vicente de Carvalho é uma das mais lindas que conheço: me faz voltar à infância quando eu devorava os livros de Português, à procura de contos e poesias, sempre sentada em um cantinho do quintal, lendo! Minha irmã e eu, decoramos esta poesia ” A Fonte e a Flor” e nunca mais esquecemos!

  2. Anônimo

    Se não me foje a memoria, minha irmã tem um livro muito antigo contendo esta gatinha, eu vou procurar saber, se ela reallmente tiver, postarei para voces, pois eu sou amante da fonte e a flor, e tamanho interesse de vos a essa perola maravilhosa, me deixa analtecido.

  3. Paulo Roberto

    Oi, Almira. Esta poesia do Vicente de Carvalho está no livro “As mais belas histórias” que compreendia dos volumes 01 a 04 e correspondiam ao antigo primário. Se não me engano está no volume 3 (3º ano), a página tenho certeza, é a 83. Quanto a poesia da “gatinha parda”, também já pesquisei de toda forma e não consigo encontrá-la do jeito que está em minha memória e não consegui. A Fátima, ai acima, tem razão, ela fala de todos os meses do ano. A parte de que me lembro é assim: – “A minha gatinha parda, que em janeiro me fugiu, quem roubou mimha gatinha você sabe, você sabe, você?”
    “Fevereiro, março e abril, já passou e ninguém viu, quem roubou minha gatinha você sabe, você sabe, você viu?”, e ia por ai. Lembro-me que ao final, em dezembro, a gatinha finalmente aparecia. caso alguem se lembre da letra completa ficarei muito grato em recebê-la.
    Já o anônimo comete algum engano. Essa poesia não constava de livros didáticos, era passada “boca a boca”, por isso algumas divergencias nas letras (pro exemplo: – quem achou em vez de quem roubou, ouvi o seu miau, etc.).

  4. Betânia

    Oi Almira, eu sou brasileira, mas vivo em Moçambique na África. Li essa poesia quando tinha uns oito anos, num livro que pertencia a meu pai. Decorei-a ainda criança; o livro se extraviou e eu guardava no peito a saudade e a lembrança dessa poesia. Morria de vontade de devolvê-la à minha alma. Decidi pesquisar hoje e encontrei-a. Muito obrigada. É uma das mais lindas poesias que já li na vida.

  5. Anônimo

    Já procurei por toda parte e não encontrei.Tentei lembrar o nome do autor do livro da quarta série primária, ano 1970 onde havia a poesia da gatinha parda…

  6. Anônimo

    Maravilhosa poesia. Me lembra muito minha infância.Aproveitando a oportunidade gostaria de saber se alguém nesse Brasil tão grande tem ou sabe para me enviar a poesia “A minha Gatinha Parda”.É uma poesia que fala sobre todos os meses do ano.
    Já pesquisei em todos os lugares possíveis e impossíveis.
    Por favor me ajudem.
    Obrigada
    Fátima

  7. Anônimo

    Almira
    Essa poesia lembrou minha infancia no interior, quando eu identificava naquela vida simples a beleza da natureza, dessa fonte e dessa flor; parabéns!
    Vania Silva.

  8. ANA ROSA

    Almira, realmente essa poesia é linda. Obrigada por disponibizá-la para nós.

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