Perdas necessárias, de Judith Viorst

O livro trata de perdas e de como lidamos com elas. A autora, Judith Viorst, nos auxilia a entender que a perda é uma experiência necessária ao nosso desenvolvimento emocional; também nos leva a entender a vida como um longo caminho de despojamento e de adaptação às inevitáveis mudanças. Faz-nos  a refletir que cada opção que fazemos traz consigo necessariamente uma perda e que para crescermos precisamos superar nossas expectativas impossíveis em relação à vida e às pessoas para adquirirmos uma visão mais realista da vida. "Olhar para as perdas é ver como estão definitivamente ligadas ao crescimento. E começar a perceber como nossas respostas às perdas moldaram nossas vidas pode ser o começo da sabedoria e de uma mudança promissora."

Encerrando Ciclos, de Gloria Hurtado

Este texto de  Gloria Hurtado vale uma bela reflexão! Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final... Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu.... Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora... Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará! Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta,…

O Pequeno Príncipe – Saint-Exupéry

Este livro é um daqueles inesquecíveis; é uma obra que trata de mudança de valores, que nos mostra como muitas vezes nos equivocamos na avaliação das coisas e das pessoas que nos rodeiam; mostra também, como nos entregamos às nossas preocupações diárias e nos tornamos adultos de forma definitiva e nos esquecemos da criança que fomos. Sempre que vejo volto a reler e a refletir sobre algumas frases clássicas, mas que gosto muito: Foi o tempo que dedicastes à tua rosa que fez tua rosa tão importante. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Se tu vens às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz. Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.

Podas – Dom Hélder Câmara

Quando eu era criança, encontrei, um dia, um jardineiro, com uma tesoura enorme na mão. Fiquei revoltado quando vi que ele, com a sua tesoura, começou a cortar os galhos mais tenros de todas as plantas. Reclamei, agarrei-o pelo braço.Ele sorriu e pediu-me que, depois de um mês, eu voltasse a ver o resultado do que tinha feito e, de fato, um mês depois todas as plantas estavam ainda mais belas e cheias de vida. Foi assim que aprendi o segredo das podas.Quando li, no Evangelho, que o Criador e Pai poda justamente os galhos que dão frutos, entendi, aceitei, porque eu já sabia o efeito da podaPor que todos nós temos a tentação de imaginar que os sofrimentos que nos chegam são castigos de Deus?! Por que não pensar que Deus permite sofrimentos físicos e morais,como o agricultor que poda suas árvores, para que dêem mais fruto ainda?!Por mais que o sofrimento nos desnorteie; por mais que certos sofrimentos pareçam absurdos e revoltantes,agarremos-nos a estas duas certezas,como quem se agarra a dois cabos de aço:Deus existe e Deus é Pai.

Ciência – Julio Cezar dos Reis Almeida

CiênciaNa minha breve existência, Apenas para sonhar Percebi em mim alguma competência. Para as outras coisas, Percebi apenas persistência. Afinal, tudo na vida Resume-se em trabalho, pão e paciência. Mas para sonhar é preciso Algo mais que consciência... Isto sim, é que exige do homem a mais elevada E a mais apurada das competências. Para todas as outras, Basta um pouco de trabalho, de pão e de persistência. Afinal, nenhuma delas exige ciência

Espiritualidade: um caminho de transformação, de Leonardo Boff

Espiritualidade  no mundo atual; numa leitura rápida destaquei dois momentos lindos: Leonardo Boff diz que a "espiritualidade vive da gratuidade e da disponibilidade de enternecimento e de compaixão, vive da honradez em face da realidade e da escuta da mensagem que vem prementemente desta realidade. Quebra a relação de posse das coisas para estabelecer uma relação de comunhão com as coisas" e o outro momento é quando ele distingue religião de espiritualidade; "religião está associada a instituições, dogmas e rituais, a espiritualidade diz respeito às qualidades do espírito humano: solidariedade, tolerância e amor".

A Fonte e a Flor, de Vicente de Carvalho

Esta poesia é uma das mais lindas que conheço... “Deixe-me, fonte” – dizia  A flor, tonta de terror, E a fonte, sonora e fria, Cantava, levando a flor.“Deixe-me, deixe-me, fonte!”  Dizia a flor a chorar: “Eu fui nascida no monte…  Não me leves para o mar.E a fonte, rápida e fria,  Com um sorriso zombador,  Por sobre a areia corria,  Corria levando a flor.“Ai, balanços do meu galho, Balanços do berço meu!  Ai, claras gotas de orvalho  Caídas do azul do céu!”Chorava a flor, e gemia, Branca, branca de terror, E a fonte, sonora e fria, Rolava, levando a flor.“Adeus, sombra das ramadas,  Cantigas do rouxinol!  Ai, festas das madrugadas  Doçuras do pôr do sol!Carícias das brisas leves,  Que abrem rasgões de luar.  Fonte, fonte, não me leves,  Não me leves para o mar!…As correntezas da vida  E os restos do meu amor  Resvalam numa descida Como a da fonte e da flor

Meu poeta! Nó

O dia é mais frágil do que a flor; Mais breve do que a vida que há em cada pétala. Às vezes, não sei como desatar O nó singelo da poesia. Meu amor tinha a ilusão de ser como o dia: Auto-alimentar-se com a sua energia. - Meu Deus! Quanta engenhosidade há na poesia: Mágoa e denúncia; Amor e concupiscência, Saudade e tristeza, Nostalgia e agonia. Às vezes, não sei como desatar O nó górdio da poesia; - Mas me digam quem saberia?

Até o fim – Dom Helder Câmara

Para mim, este é o mais belo poema de Dom Helder CâmaraNão, não pares.É graça divinacomeçar bem.Graça maior,persistir na caminhada certa.manter o ritmo...Mas graça das graçasé não desistir.Podendo ou não podendo,caindo, embora, aos pedaços,chegar até o fim...