Mensagem, Auta de Souza

Meu irmão: Tuas preces mais singelas São ouvidas no espaço ilimitado Mas sei que às vezes choras, consternado Ao silêncio da força que interpelas Volve ao teu templo interno abandonado A mais alta de todas as capelas E as respostas mais lúcidas e belas Hão de trazer-te alegre e deslumbrado Ouve o teu coração em cada prece Deus responde em ti mesmo e te esclarece Com a força eterna da consolação Compreenderás a dor que te domina Sob a linguagem pura e peregrina Da voz de Deus, em luz de redenção  

Prece, de Fernando Pessoa

Senhor, que és o céu e a terra, que és a vida e a morte! O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu. Tu és os nossos corpos e as nossas almas e o nosso amor és tu também. Onde nada está tu habitas e onde tudo está – (o teu templo)  – eis o teu corpo. Dá-me alma para te servir e alma para te amar. Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome. Torna-me puro como a água e alto como o céu. Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos. Faze com que eu saiba amar os outros como irmãos e servir-te como a um pai. […] Minha vida seja digna da tua presença. Meu corpo seja digno da terra, tua cama. Minha alma possa aparecer diante de ti como um filho que volta ao lar. Torna-me grande como o Sol, para que eu te possa adorar em mim; e torna-me puro como a lua, para que eu te possa rezar em mim; e torna-me claro como o dia para que eu te possa ver sempre em mim e rezar-te e adorar-te. Senhor, protege-me e ampara-me. Dá-me que eu me sinta teu. Senhor, livra-me de mim.   Fernando Pessoa poeta, escritor, crítico literário, inventor, tradutor, filósofo e comentarista político português. Autor de livros como O livro do desassossego, O eu profundo e os outros eus, dentre outros. Essa poesia foi retirada do livro O Eu Profundo – Obras em Prosa, 1976.

Um amigo, de Filipe Cézar

Um amigo O companheiro o meu querido amigo. Que tantas coisas com ele passei E que me ajudou como Eu o ajudei. Estamos aqui desde a Primeira vez... Um amigo é importante Quando temos um amigo Não nos sentimos só. Nos sentimos felizes, alegres. Um amigo é importante, Não podemos esquecer. Vamos ser felizes e Com ele crescer. Fazer mais amigos é Muito legal. Vamos nos divertir E com todos brincar. Filipe Cezar dos Reis Almeida, 5ª série A, livro Projeto Palavra em ação, IV - Projeto Literário do Colégio Moraes Rego.

Afinal, sempre de J. G. de Araújo Jorge

Sou tua partida e tua chegada e momento de dor e de alegria, o lenço que acena, o riso que espera Quando não és presença Em todos os sentidos Continuas comigo: És saudade. Sou tua partida E tua chegada... Inventamos distâncias Para dar um nó cego Neste amor. J. G. de Araújo Jorge, foi um poeta e político brasileiro. Autor de livros como Meu Céu Interior, Amo, Trevos de Quatro Versos, dentre outros.

A grandeza do mar, de Paulo Roberto Gaefke

A grandeza do mar, de Paulo Roberto Gaefke Você sabe por que o mar é tão grande? Tão imenso? Tão poderoso? É porque teve a humildade de colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios. Sabendo receber, tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, centímetros acima de todos os rios, não seria mar, mas sim uma ilha. Toda sua água iria para os outros e estaria isolado. A perda faz parte. A queda faz parte. A morte faz parte. É impossível vivermos satisfatoriamente. Precisamos aprender a perder, a cair, a errar e a morrer. Impossível ganhar sem saber perder. Impossível andar sem saber cair. Impossível acertar sem saber errar. Impossível viver sem saber morrer. Se aprenderes a perder, a cair, a errar, ninguém mais o controlará. Porque o máximo que poderá acontecer a você é cair, errar e perder. E isto você já sabe. Bem aventurado aquele que já consegue receber com a mesma naturalidade o ganho e a perda, o acerto e o erro, o triunfo e a queda, a vida e a morte. Retirado do livro “Quando é preciso Viver”  

Pronto-Socorro, Chico Xavier

Ganhei esse livro da querida Suze Vaz, no momento muito difícil da minha vida e fiz dele um companheiro para todos os dias. A fé em Deus e a certeza da imortalidade da alma são fundamentais nesses momentos. Gratidão sempre Suze.

Nossos filhos são espíritos, de Herminio Miranda

Neste livro, Hermínio Miranda, aborda aspectos do Espírito como o nascimento, o planejamento espiritual da encarnação e a responsabilidade paterna, o esquecimento da vida pretérita e até mesmo a mediunidade infantil. Aborda ainda temas como o aborto, adoção e o nascimento de filhos deficientes e transcreve pesquisas científicas que relatam experiências de regressão. O livro é rico em bases científicas nos relatos e exemplos pessoais e de outras pessoas que permitiram contar suas histórias.                 Hermínio Corrêa de Miranda é um escritor nascido em Volta Redonda em 1920 e faleceu em 2013 no Rio de Janeiro. É considerado um dos principais pesquisadores e escritores espíritas brasileiros.

A meus filhos, de Flora Figueiredo

Estou aqui ao lado,  à margem de seu caminho,  vendo você passar.  Quero que vá sozinho  mas me mantenho por perto.  Se o rumo é certo,  me aprumo e aplaudo;  se é via tortuosa,  jogo-lhe aos pés uma rosa  pra que desviando dela  você chegue a outro lugar;  se a sombra é fria,  mando-lhe um beijo quente;  se o chão queima do sol nascente,  estendo-lhe a poesia  para que o possa atenuar,  se não houver alimento,  peço ao vento  sementes que lhe tragam vida.  Para a sede,  roubo do céu a lágrima caída da madrugada.  Mas se você não precisar de nada,  ainda assim eu estarei vigiando,  escondida talvez atrás de um querubim.  Abençoarei sua vida e sua estrada,  mesmo que já esteja transformada  na forma clara e casta de um jasmim.                                                                       "Florescência". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987.