Sonhador, de Benedito P. da Costa

Na vida, colhemos flores

E também alguns espinhos;

Para sermos vencedores,

São uteis os bons caminhos.

Retirado do livro Pélago, de Benedito Pereira da Costa.

As mãos do meu pai – Homenagem ao Dia dos Pais

As tuas mãos tem grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
— como são belas as tuas mãos —
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos…

Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas…

Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah, Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.

E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas…
essa chama de vida — que transcende a própria vida…
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma…

Mario Quintana

Realidade da poesia, de Filipe Cézar

Poesia é a expressão de amizade,
Amor, afeto e paixão.
Você desenvolve a imaginação
E uma enorme criatividade.
E com liberdade
Faz estrofes de fantasia
E de luz.
Mas também frases de escuridão.
Dentro de nós,
Nascerá a alegria,
Sentimento, carinho
E vontade de viver.
Projeto Palavra em Ação VI, do Colégio Moraes Rêgo – 2003.

Quando o rio encontra o mar

Encontrei no blog do Marcelo Dalla http://marcelodalla.blogspot.com essa bela reflexão:

“Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo. Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente. O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece. Porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano. Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento. Assim somos nós. Só podemos ir em frente e arriscar. Coragem !!! Avance firme e torne-se Oceano!!!” OSHO

Viagem – José Saramago

A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:

“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava.
É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.

Abraços, de Dora Ramos

Gosto muito de poesias e algumas são especiais como essa da Dora, do seu livro De Volta ao Jardim – Reencontros.

Abraços,
são toques desejados
são sonhos da alma
são descansos que acalmam
Abraços,
que dizem a um outro
o quão precioso
se tornou esse um
Abraços
que criam um universo
onde estejam dois corações
ocupando o mesmo espaço
Abraços,
perdidos?
desconhecidos?
esquecidos?
por falta de um abraço?
Abraço-te
com o meu olhar
com os meus versos,
com o meu nome
junto do teu
ocupando o mesmo espaço
Abraços!

Silenciando a Mente, de Elisabeth Cavalcantep

Encontrei esta reflexão em “Somos Todos Um” e compartilho com vocês. 
Muitas pessoas me perguntam como fazer para manter sob controle o turbilhão de pensamentos que povoam suas mentes, o tempo todo. O segredo é não fazer disso uma meta, um objetivo, pois ao fazê-lo passamos a lutar contra a mente.

E, toda forma de luta, de ação, neste caso se torna inútil. Como então empreender esta tarefa sem qualquer esforço? A única ferramenta capaz de nos auxiliar é a meditação. E, quando digo meditação isto significa simplesmente manter-se alerta, totalmente no aqui e agora.

Ao colocar a atenção sobre os pensamentos, sem qualquer tipo de julgamento, simplesmente observando-os, estes, aos poucos, perdem energia, pois emitir qualquer opinião sobre eles automaticamente amplia o seu poder.

Quando você observa atentamente seus pensamentos, amplia a percepção sobre a qualidade destes. E, se surpreende ao constatar o quanto de negatividade, medo e insegurança eles carregam.

Se conseguir se manter alerta, ainda que alguns minutos por dia, acerca de seus pensamentos, você verá que aos poucos, eles vão perdendo força, até que, repentinamente, acontece o que chamamos não-mente, ou seja, a ausência de pensamentos que imediatamente nos remete ao silêncio, o vazio onde habita a dimensão divina de nosso ser.

Quanto mais tempo conseguirmos permanecer no silêncio, mais chances teremos de “ouvir” a voz que se esconde em nosso interior. A intuição, este poderoso guia que sempre nos leva aos caminhos mais adequados à nossa evolução, se manifesta mais fortemente nos momentos em que conseguimos manter a mente em repouso. 
 

Leia mais, acessando: http://somostodosum.ig.com.br/

Encerrando Ciclos, de Gloria Hurtado

Este texto de  Gloria Hurtado vale uma bela reflexão!

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final…
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu….
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora…
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração… e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”.

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa – nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é! Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és…
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão!

Podas – Dom Hélder Câmara

Quando eu era criança, encontrei, um dia, um jardineiro, com uma tesoura enorme na mão.
Fiquei revoltado quando vi que ele, com a sua tesoura, começou a cortar os galhos mais tenros de todas as plantas.
Reclamei, agarrei-o pelo braço.
Ele sorriu e pediu-me que, depois de um mês, eu voltasse a ver o resultado do que tinha feito e, de fato, um mês depois todas as plantas estavam ainda mais belas e cheias de vida.
Foi assim que aprendi o segredo das podas.
Quando li, no Evangelho, que o Criador e Pai poda justamente os galhos que dão frutos, entendi, aceitei, porque eu já sabia o efeito da poda
Por que todos nós temos a tentação de imaginar que os sofrimentos que nos chegam são castigos de Deus?!
Por que não pensar que Deus permite sofrimentos físicos e morais,
como o agricultor que poda suas árvores, para que dêem mais fruto ainda?!
Por mais que o sofrimento nos desnorteie;
por mais que certos sofrimentos pareçam absurdos e revoltantes,
agarremos-nos a estas duas certezas,
como quem se agarra a dois cabos de aço:
Deus existe e Deus é Pai.