O menino estuda a lição,
Dividido entre o que aprende
E os sons da rua que lhes chegam pela janela.
Dividido entre o que aprende
E os sons da rua que lhes chegam pela janela.
A mãe faz tricô.
A vó cochila na cadeira de balanço.
O menino olha a rua.
A rua irresistível que o chama…
Mamãe! Posso brincar?
Agora, não! Primeiro termine a lição.
Terminei a lição.
Mamãe não faz tricô.
Vovó não cochila.
Fecho a janela para que o barulho da rua
Não acorde as duas que dormem
No tempo estático das lembranças.
Mamãe, terminei!
Vá brincar, mas não demore!
O tempo passou,
Mas as lições da existência permanecem inconclusas.
Hoje me pergunto:
Onde estão as plantas da minha vó?
Os canteiros estão desfeitos.
Onde estão os novelos de minha mãe?
A lã da existência acabou,
Mas deixou o amargo gosto do sol da saudade
Que teima em brilhar nas lembranças.
Se a lã do tempo tece o próprio novelo,
A lição da ausência
Aprende-se com nó na garganta
Lindo o texto LIÇÃO….
posso dizer que viajei nas lembranças…
Olá Almira!
Eu acabei postando a bolsa sem mim. Contava com minha filha pra tirar a foto. Semana toda chegou tarde da faculdade. Quando ela falava de tirar eu não estava arrumada. Agora viajou. Se eu tirar depois posto lá junto.
O poema me emocionou.
Beijos.