Entre o Sono e Sonho, de Fernando Pessoa

Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.

Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.

Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.

E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre —
Esse rio sem fim.

 

Fernando Pessoa poeta, escritor, crítico literário, inventor, tradutor, filósofo e comentarista político português. Autor de livros como O livro do desassossego, O eu profundo e os outros eus, dentre outros.

Pintura espontânea, de Susan Bello

Pintura Espontânea é um belo trabalho da Susan Bello, pioneira da Terapia Expressiva e da Educação Holística,  no Brasil desde a década de 80.

No Método I.am.I  de Pintura Espontânea ela enfoca a libertação do Self Autêntico e do potencial inato de cada pessoa.

Pintura Espontânea – seminário Unipaz

Neste seminário a facilitadora Susan Bello iniciou trazendo alguns aspectos sobre a organização individual de cada participante nesse seminário, sobre a liberdade de criar, de entrar no processo da pintura espontânea e poder crescer com ele.  Susan diz: “No início devemos ser carinhosos e gentis com nós mesmos”. E nos apresentou Ana Maria que já vivência pintura espontânea desde 2002 e irá nos acompanhar nas atividades e também com Tarô.

Ana Maria explica que Pintura Espontânea é um tipo de meditação e que com a prática desenvolvemos também o conhecimento de nós mesmos. Em seguida fomos buscar tinta e escolher um lugar para a primeira atividade e iniciamos este processo com uma dança e fizemos a primeira pintura.

Susan trouxe uma reflexão sobre pensamentos limitantes aqueles medos, afirmações negativas ou assimilações introjetadas na infância que nos tolhem e bloqueiam quando estamos diante de algo novo e transformador. A consciência sobre os pensamentos limitadores pode trazer liberdade e grande crescimento pessoal.

Fiquei pensando nesta colocação dela “ não temos controle sobre os acontecimentos do passado, temos sobre aquilo que fazemos com eles. O “como” vamos lidar com as experiências vividas é que nos liberta dos pensamentos com os quais nos identificamos de uma forma limitadora. Muitas vezes sentimos um “click” interno – “há! agora estou naquele pensamento limitador outra vêz. Eu não quero isso para mim”.  Nesse caso cabe criar um antidoto. Ou seja, uma frase que nos reporte para uma posição saudável e livre.

Em pintura espontânea é necessário sair do racional e pintar com a intuição. Refletimos também sobre conceitos da Comunicação Não Violenta, de Marshan Rosenberg – escuta refletiva e escuta empática. A escuta refletida é a capacidade de reproduzir aquilo que foi dito por outra pessoa, sem uma interpretação e sem julgamento. Enquanto ser empático – escuta empática –  é entrar no momento da pessoa, é estar junto nos sentimentos, é fazer perguntas sobre aquilo que foi expresso ou mencionado. Nos pequenos grupos pudemos treinar uma e outra forma de escuta.  E no final tivemos a oportunidade de expressar também o que aquela pintura nos trouxe ao nível pessoal. Um outro exercício que consiste em completar a frase: Se essa pintura fosse minha … Dessa forma pudemos colocar nossos próprios sentimentos em relação ao quadro de outra pessoa. Esse exercício pode ser feito no dia-a-dia e não só com pinturas …

Neste seminário a Susan ainda nos falou do processo “I am I”, de sua autoria, Inteligências Autênticas, Múltiplas e Inatas. I am I é um processo de autodesenvolvimento, o self autêntico tem uma forma de se expressar através da criatividade.

No domingo acordamos com o Pablo e a Erika cantando ao vivo e na holopraxis a Gabriela trouxe exercícios da capoeira. Fomos meditar no memorial Pierre Weil por ter sido aniversário dele na semana do seminário.

Unipaz/DF

Susan Bello é Doutora – PhD em Terapia Expressiva e Psicologia da Arte, do Union Institute, Cinncinnati, Ohio. Mestre em Psicologia Humanista na California State College, Sonoma. Bacharel em Educação e História, na Universidade de Nova York. Psicanalista de grupo, Arte-terapeuta licenciada nos Estados Unidos e no Brasil, Facilitadora Titular de Biodanza e pesquisadora de estados alterados de consciência.

Um chute na rotina, de Roger von Oech

Um chute na rotina trata do processo criativo e de como isso acontece. Ele descreve utilizando quatro personagens, ou sejam os quatro papéis essenciais do processo criativo: o explorador, o artista, o juiz e o guerreiro.

1 Explorador é onde começa a etapa de criação, da busca de informações, da curiosidade e da pesquisa. Aqui é importante ter a mente aberta, excluir preconceitos e ouvir diferentes opiniões em diferentes áreas.

2. Artista é o transformador, aquele que depois que colhe as informações as transformam em produto.

3. Juiz, utiliza seus pressupostos, sua cultura, seu conhecimento para julgar todas as sugestões, entendendo que isso muda de pessoa para pessoa. Enquanto os dois personagens anteriores têm liberdade para dar quantas ideias forem possíveis, o Juiz tem a principal função de julgá-las;

4. Guerreiro é o personagem que coloca a mão na massa, que luta para transformar uma ideia em ação, que busca parcerias. Muito Bom!

Roger von Oech é um orador americano, organizador de conferência, autor e fabricante de brinquedos

Sapatinho de tricô com receita

Receita do sapatinho:

Começar pela sola do pé.
Colocar 36 pontos na agulha
1ª carreira: 1t, laç, 16t, laç, 2t, laç, 16t, laç, 1t (40 pontos)
2ª carreira e todas as pares em tricô
3ª carreira:  2t, laç, 16t, laç, 4t, laç, 16t, laç, 2t (44 pontos)
5ª carreira:  3t, laç, 16t, laç, 6t, laç, 16t, laç, 3t (48 pontos)
7ª carreira:  4t, laç, 16t, laç, 8t, laç, 16t, laç, 4t (52 pontos)
9ª carreira:  5t, laç, 16t, laç, 10t, laç, 16t, laç, 5t (56)

Fazer agora as diminuições para formar o peito do pé.
23m, 2pjt, 3m, 2pjt, 23m
A volta é sempre em tricô
22m, 2pjt, 3m, 2pjt, 22m
21m, 2pjt, 3m, 2pjt, 21m
20m, 2pjt, 3m, 2pjt, 20m
19m, 2pjt, 3m, 2pjt, 19m
18m, 2pjt, 3m, 2pjt, 18m

Fazer 3 carreiras do ponto fantasia, depois fazer três carreiras em tricô e arrematar.

Legenda:

t= tricô      laç=laçada    m= meia    pjt= ponto junto em tricô

Seminário: Transgeracionalidade – Maria Alice Freire

Este seminário foi mais vivencial do que conceitual e nos mostrou que a transgeracionalidade é uma questão a ser sentida e não a ser conceituada. O sentido da transgeracionalidade é  a busca do sentido do estar aqui. Que devemos fazer esse exercício constantemente e independentemente da idade que temos.

Maria Alice inicia falando do tempo e falamos muito. Todo o mistério está no tempo. As pessoas que vivem no presente com alguma dificuldade de fluir, possuem algo na sua ancestralidade que ficou trancado no tempo passado. A chave da felicidade está no tempo.

Segundo ela o que está nos livros não nos permite perceber qual a relação que nossos antepassados tiveram com os fatos da história. Somente através das conversas, das prosas com os idosos podemos absorver o que cada pessoa da família sentiu e pensou sobre a época em que viveu.  E, somente com esse conhecimento podemos refletir sobre como essa forma de ver e sentir o mundo nos influencia hoje. Enfatizou que o que se conta nos livros não nos traz o que nós temos a ver com a história dos livros.

Fizemos uma vivência em volta do fogo, que em muitas tradições, o fogo é a entidade superior no universo e que nós somos uma chama dentro da história do universo. E falamos do tempo… esse tempo não é o tempo cronológico, marcado por um relógio, é mais amplo, é o tempo da existência, tempo de vida, tempo que se acumula com o passar dos anos.

Contou-nos da sua experiência como avó dos seus netos e falamos das nossas experiências pessoais com relação ao tempo e refletimos sobre esse fenômeno: O tempo é o desenrolar de fatos através de longa data; o tempo interno, o tempo que pulsa dentro de nós. E que esse tempo interno está de acordo com a natureza; o tempo interno é o significado da nossa existência, é transgeracionalidade; não existe tempo, sempre estamos onde devemos estar. Então como dizia sua mãe: “Calma! Dê tempo ao tempo. Se o tempo não trouxer a solução, ele cura.”

E continuamos falando do tempo… quando nos libertamos da cadeia do tempo externo é que podemos entrar em contato verdadeiro com o tempo interno. E que dormir é usufruir do tempo interno. Essa é a forma ideal de viver a vida; viver como e onde se está, sem nos aprisionarmos ao tempo externo. Temos todas as idades dentro de nós.

E fizemos a vivência de andar (no sentido anti-horário) em volta da mandala seguindo as pegadas dos nossos ancestrais. Essa é uma forma de entrar em sintonia com a ancestralidade. O povo Guarani caminha horas e horas nos passos de seus ancestrais em volta das ocas com o objetivo de evocar a essência deles.

Fizemos mais um exercício de rever os temas dos seis seminários passados e buscar a correlação com a transgeracionalidade. A atividade foi realizada em grupos de 3 pessoas e depois compartilhada para toda a turma, os grupos conseguiram perceber vários momentos dos seminários passados nos quais nos deparamos com nossa ancestralidade e foi trabalhado de algum modo a transgeracionalidade, que perpassa todos os temas.

Ao buscarmos os antepassados, entramos em contato com nossa essência e descobrimos a razão ou missão que devemos cumprir aqui. Uma vez que tudo aquilo que for semeado brota e tem suas consequências.

A morte é apenas uma passagem e através dessa passagem apenas mudamos de consciência; porém, as consequências de nossa existência permanecem. Se nessa encarnação não estamos conectados com nossa essência, na próxima estaremos perdidos ou doentes ou com sofrimentos que não compreendemos.

Maria Alice nos chama atenção para o fato de que todos nós pertencemos a um grupo social, da rejeição que existe entre grupos, falamos de adoção e cuidado. Cuidar é independente do elo genético ou biológico.

Assistimos ao filme A voz das Avós e fizemos alguns comentários logo após.

Maria Alice compartilha que o ar puro da “consciência da própria identidade” e a mistura das raízes fez com que ela despertasse para a tarefa de defender as tradições e a água. Ela nos conta que não foi por acaso que em 2004 as treze Avós se encontraram, como também não é por acaso que estamos aqui reunidos – é fundamental integrar toda a consciência em uma experiência libertadora; ir para dentro de si mesmo, olhar para toda a bagagem vivida e trazida e selecionar o que é essencial. Essa é a “fórmula” para se estar onde se quer e deve estar.

Maria Alice nos fala um pouco dos povos indígenas, por exemplo os Axaninca, o povo mais preservado hoje, e os Guaranis, ambos não perderam sua espiritualidade e também das suas experiências em reuniões e seminários que participou na Europa e nas Américas.

Ela nos fala da força do perdão e que perdoar começa por si própria, fala do Ho’Oponopono que é a arte de perdoar. O perdão é algo pessoal, sem fórmulas mágicas e que reflete o processo de cada um. Segundo a sabedoria indígena tudo no universo se resume ao yin e yang e que tudo mais depende de como se interagem. 

Tempo: reflexão

Imagine que você tenha uma conta corrente e a cada manhã você acorda com um saldo de R$ 86.400,00. Só que não é permitido transferir o saldo para o dia seguinte.
Todas as noites o seu saldo é zerado, mesmo que você não tenha conseguido gastá-lo durante o dia. O que você faz?
Você iria gastar cada centavo é claro! Todos nos somos clientes deste banco que estamos falando.
Se chama “TEMPO”. Todas as manhãs, é creditado para cada um 86.400 segundos. Todas as noites o saldo é debitado como perda.
Não é permitido acumular este saldo para o dia seguinte. Todas as manhãs a sua conta é reinicializada, e todas as noites as sobras do dia se evaporam. Não há volta.
Você precisa gastar vivendo no presente o seu depósito diário. Invista, então no que for melhor, na sua saúde, felicidade, sucesso!
O relógio esta correndo. Faça o melhor para o seu dia-a-dia.