Fanatismo, de Florbela Espanca
Meus olhos andam cegos de te ver.
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!…
“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
“Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”
Blusas de tricô
Blusas de tricô tecidas em tramas sofisticadas; perfeitas em qualquer ocasião.
Sonhador, de Benedito P. da Costa
Na vida, colhemos flores
E também alguns espinhos;
Para sermos vencedores,
São uteis os bons caminhos.
Retirado do livro Pélago, de Benedito Pereira da Costa.
As mãos do meu pai – Homenagem ao Dia dos Pais
As tuas mãos tem grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
— como são belas as tuas mãos —
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos…
Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas…
Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah, Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.
E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas…
essa chama de vida — que transcende a própria vida…
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma…
Mario Quintana
Bom Jesus da Lapa – romaria 2010
Realidade da poesia, de Filipe Cézar
Bolsa preta, de festa, enfeitada com fuxicos
Enfeitei uma bolsa com fuxicos pequenos e coloquei uma pedrinhas com brilho no centro de alguns fuxiquinhos. Linda para em qualquer ocasião.