Para sempre, de Carlos Drummond de Andrade

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Por que Deus permite
que as mães vão se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não se apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
– mistério profundo –
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Este post tem 2 comentários

  1. Karina K.

    Olá, Almira!
    Vim retribuir sua visita e dizer que também adorei seu blog. Artesanato, livros, poesia… gosto muito de tudo isso. E suas ikebanas são lindas! Parabéns!!
    Beijinhos

  2. Pedra do Sertão

    Sempre o grande Drummond para dizer coisas grandes de um modo tão simples!!!

    Feliz Lembrança nessa data comemorativa!

    Abraço

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