O barco vazio: reflexões sobre as histórias de Chuang Tzu

"E esse barco vazio tornou-se a minha descoberta. Eu atingi um ponto dentro de mim naquela noite silenciosa. Esse barco vazio foi meu mestre. E, se agora alguém vem me insultar, eu rio e digo: esse barco também está vazio. Fecho os olhos e mergulho dentro de mim.”

A Alma Imoral Nilton Bonder

"Há um olhar que sabe discernir o certo do errado e o errado do certo. Há um olhar que enxerga quando a obediência significa desrespeito e a desobediência representa respeito. Há um olhar que reconhece os curtos caminhos longos e os longos caminhos curtos. Há um olhar que desnuda, que não hesita em afirmar que existem fidelidades perversas e traições de grande lealdade. Nilton Bonder é escritor e rabino brasileiro, na Congregação Judaica do Brasil, no Rio de Janeiro.

Gabriela Mistral & Cecilia Meireles

Nesse livro comemora-se a amizade Gabriela Mistral e Cecília Meireles, duas grandes poetas do século XX.

Caixa de costura, de Flora Figueiredo

Venho costurando minha vida com linhas de saudade. Procuro equilibrar-lhes a cor para que o resultado final não seja triste. Por vezes, é o cinza que insiste; por vezes, impera o marrom. Ainda bem que tem saudade bonita; mudo o tom, amarro fitas, busco a outra ponta do novelo; intercalo a trama em amarelo. A saudade é assim mesmo, tecelã do tempo. Quando menos se espera, arremata o momento, leva embora, deixa a porta encostada, o cadarço de fora, e nunca avisa a hora de voltar. Ainda hei de costurar com verde florescente e, se a saudade chegar autoritariamente, vai se sentir enfraquecida. Enquanto procuro a cor, vou costurando a vida, sem saber qual vai ser o resultado. Caso ele não fique combinado, dou um nó, encosto agulha, guardo a linha, que essa culpa roxa não é minha. É uma artimanha branca do passado.  

Como nascem as manhãs, de Flora Figueiredo

O fundo dos olhos da noite guarda silêncios. Esconde na retina a menina que corre descalça em campo aberto. Pálpebras cerradas, a noite emudece. A menina com medo faz um furo no escuro com a ponta do dedo. Cai um pingo de luz. Amanhece. Flora Figueiredo é uma poetisa, cronista, compositora e tradutora brasileira, nascida em São Paulo.

Comece pelo mais difícil, de Brian Tracy

“Você nunca terá tempo para fazer tudo o que precisa”. Uma frase do livro Comece pelo mais difícil: 21 ótimas maneiras de superar a preguiça e se tornar altamente eficiente e produtivo, de Brian Tracy. De acordo com o autor a única maneira de assumir o controle do seu tempo é focar nas tarefas mais importantes e complexas, naquelas que de fato vão fazer a diferença em sua vida e garantir que essas tarefas sejam bem-feitas. Em outras palavras, o autor afirma que pessoas bem-sucedidas se organizam para fazer apenas o que precisa ser feito. Brian Tracy é palestrante motivacional canadense, consultor de vendas e marketing e autor de vários livros sobre negócios, gerenciamento do tempo, falar em público, dentre outros.

Meu primeiro sonho com Filipe!

Tive esse sonho alguns dias após a partida do meu Lipe, em janeiro de 2019. Resolvi escrevê-lo agora, para registrar e quem sabe ajudar outras mães, que assim como eu convive com a inexplicável partida de um filho para o mundo espiritual. No sonho eu me via numa grande área verde, parecia um parque, embaixo de uma árvore e acompanhada por duas pessoas. As duas pessoas que me conduziam, se posicionavam bem próximas aos meus ombros, uma de cada lado, mas, eu não as via, só sentia. De onde eu estava eu via ao longe vários galpões grandes e bem iluminados; uma luz clara intensa. Eles ficavam no alto e tinham nas laterais uma rampa de subida e outra de descida. Ao centro de rampa tinha luz forte colorida. Eu via um galpão com luz azul, outro amarelo, outro verde e outro mais distante, lilás. Fiquei olhando com expectativa porque eu sabia que o Lipe estava em um deles, mas não sabia em qual. Lembro-me que a luz amarela me atraia fortemente, era como se ela ficasse tremulando com muita intensidade. Eles então me conduziram para esse galpão, de luz amarela. Subimos pela lateral e ao chegar a porta senti grande movimentação e murmurinhos, barulho de crianças brincando e correndo. Já na porta vi bem próximo à entrada uma cama com muita gente ao redor e com as mãos sobre a pessoa na cama. Todos usavam roupas compridas, cor clara, estavam em pé e faziam movimentos com as mãos alguns movimentos circulares, outros com movimentos de cima pra baixo e outros como se fossem passes, energização algo assim. Os que me conduziam me levaram para os pés dessa cama, mas, a quantidade de pessoas não me deixava ver a cama então fui tentando ver entre uma pessoa e outra. Quando bati os olhos na cama vi o Lipe deitado com olhos fechados e com lençol azul clarinho cobrindo até abaixo do pescoço. Parecia dormir tranquilamente e muito lindo.  Aí ele abriu os olhos como se me procurasse; eu percebi que ele sentiu a minha presença ou abriu os olhos quando eu gritei “filho”! Ele sorriu tanto que mostrando os dentes, mas me pareceu imobilizado, ele só mexia os olhos e os lábios. Eu gritava, queria me jogar em cima dele para abraçar, beijar, falar e os que me conduziam não deixavam eles me seguravam com firmeza. Nesse momento um deles falou ao meu ouvido: mãezinha, tudo no seu tempo! Você não está vendo que ele está bem, sendo cuidado, amparado? Acalme o seu coração! O Lipe sorria muito e como tinha algazarra das crianças eu achei que elas brincavam ou que faziam cócegas. Ele fechou os olhos serenamente e eu continuei chamando por ele. Nesse momento eles começaram a me tirar de lá em direção à porta e eu resistia muito e mais uma vez a voz me falou de forma bem firme. Mãezinha tudo no seu tempo! Acalme o seu coração! Acalme, fique bem! As pessoas ao redor da…