Maria, de Rodrigo Alvarez

O livro tem 206 páginas e 31 capítulos, divididos em três momentos: A vida de Maria; Theotokos, a Mãe de Deus; e Maria do Mundo, que trata sobre as faces de Maria e devoções. Entre as aparições, Alvarez fala sobre Guadalupe, Fátima, Lourdes, Catarina Labouré e outras.

O subtítulo é “A biografia da mulher que gerou o homem mais importante da história, viveu um inferno, dividiu os cristãos, conquistou meio mundo e é chamada de Mãe de Deus” e na capa traz a imagem de uma pietá, que é uma representação artística de Jesus morto, recém retirado da cruz, no colo de Maria.

O livro conta uma história de mais de 2000 anos e revela alguns pontos polêmicos sobre a vida de Maria. Cito como exemplo o papel secundário atribuído à mãe de Jesus nas escrituras. “Só existem seis falas atribuídas a Maria em toda a Bíblia”, destaca o autor.

A leitura nos prende pela beleza da narrativa, dos detalhes, das citações e principalmente porque se trata da Mãe de Jesus, daquela que se tornou uma das figuras femininas mais importantes de todos os tempos, principalmente para o mundo católico e para sempre para mim.

Seminário: Ecologia profunda e cultura de paz, com Regina Fittipaldi

Pertencemos a uma realidade que ultrapassa nossa compreensão e em algum momento da vida podemos nos perguntar: Quem sou? Através da água e minerais que temos no nosso corpo percebemos que somos natureza. Existem várias formas de compreender a criação do mundo e a Regina nos falou rapidamente da visão da igreja católica e da visão Tupi-Guarani.

O caminho que vamos percorrer nesse seminário é um convite para semear um mundo novo.

Regina nos fala da história da ARIE (área de relevante interesse ecológico), sua criação, seu significado e importância para o Distrito Federal; do movimento Diálogos da ARIE e Granja do Ipê e sua função na ecologia social e ambiental e preservação da história e natureza local. E fechou a holologia nos mostrando slides do tamanho dos planetas e estrelas para reforçar o quanto somos pequenos em relação ao todo; porém não se trata de tamanho e sim de responsabilidade e ressignificado. Ressignificado do pertencer à Terra e ao universo. Não devemos esquecer que as águas do mundo estão precisando de amor.

Fomos até as nascentes da nossa querida e tão usada cachoeira, conhecemos a mesa JK, tomamos banho e bebemos da água pura que de lá brota.

A Regina nos indica o livro: O Sagrado e o Profano de Mircea Eliade e trás uma visão de como chegamos à imagem que temos hoje do planeta terra. A Árvore do Conhecimento, de Humberto Maturana e F. Varela. Ecologia Profunda e Espiritualidade, de Jorge Ponciano. Ciência e consciência, de Edgar Morin. A Voz do Arco-Íris, de Leonardo Boff. Desperte a Mulher Selvagem, de Clarice Pinkola.

Texto retirado da Memória da Tribo feito por Juçara e Tânia.

Holologia refere-se à via racional, de estudo, reflexão crítica e de experimentação do paradigma holístico, destinado à dimensão do saber.

Regina Fittipaldi é Pró-Reitora de Meio Ambiente da Universidade da Paz – Unipaz.

Os meus livros, de Jorge Luís Borges

Os meus livros (que não sabem que existo)
São uma parte de mim, como este rosto
De têmporas e olhos já cinzentos
Que em vão vou procurando nos espelhos
E que percorro com a minha mão côncava.

Não sem alguma lógica amargura
Entendo que as palavras essenciais,
As que me exprimem, estarão nessas folhas
Que não sabem quem sou, não nas que escrevo.
Mais vale assim.

As vozes desses mortos
Dir-me-ão para sempre.

Jorge Luis Borges foi poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino. Autor de Ficções, O Aleph e O livro de Areia, História da eternidade, dentre outros.

Seminário: Transgeracionalidade, Tasso Scaff

Apanhados do seminário…

Nesse seminário o facilitador nos fez refletir sobre as mais diversas possibilidades de integração da arte, filosofia, ciência e tradições como fontes de conhecimento e que as tradições desenvolvidas ao longo do tempo que no decorrer da caminhada da humanidade interferiu no pensamento ocidental que acabou por fragmentar os pilares dos saberes e da psique. Falou da evolução do positivismo nas sociedades.

A filosofia positivista tem um maior foco na lei, no como, ao invés do porquê. Assim, arte, filosofia e tradição são considerados “não saberes” em resposta a uma redução do campo do saber, o saber holístico: múltiplos níveis de realidade, dimensão do sagrado e a lógica. Citou o livro O que é a realidade?  Basarab Nicolescu.

Para ser transdisciplinar é preciso levar em conta os vários níveis de realidade, assim no processo de integração, os paradoxos deixam de ser sintomas de mal funcionamento.

Refletimos sobre os símbolos – expressão do conteúdo complexo- é o visível que aponta para o invisível. Os símbolos mostram semelhanças entre criação e cosmos, por isso em muitas tradições eram encontrados símbolos baseados no pensamento trino. A partir daí muitos e diferentes Deuses surgiram.

Surge também a ideia de que a Terra é o lugar onde se trava a guerra entre o mundo superior e o mundo inferior. Estes podem ser Ícones e retomou a temática da tríade que representa o pensamento trino que pode ter sido a primeira representação do sagrado.

A partir da hermenêutica (arte de interpretar), podemos perceber também a importância do feminino e masculino nas populações.

E falamos sobre a origem das religiões como tradições com características em comum. Além dos símbolos, pensamento trino, multi deuses, a imortalidade do espirito também é uma convergência entre as tradições. Tasso nos trouxe cosmogonias das diversas religiões sempre focando em mostrar-nos suas semelhanças e dessemelhanças.

Um ponto importante a ressaltar são as diferenças de algumas tradições brasileiras com suas peculiaridades, como as diferentes tradições Tupi – guarani. Ainda que a tradição Tupi não seja explicada pela dispersão ao longo do planalto iraniano, ela ainda mantém grandes relações com tradições orientais contempladas por essa explicação, como é o caso dos canais de energia espalhados pelo nosso corpo, chamados de Iêres pelos Tupis e de Chacras pelos orientais.

Essas frases marcaram o nosso seminário. “Na diferença aprendemos mais que na igualdade”…”Reconhecer a fraternidade nos torna mais leves”…O tema mostrou-nos a importância de reconhecermos a fraternidade e a igualdade mesmo dentro das diferentes crenças.

Tasso falou muito sobre “Religiosidade e transreligiosidade” –  a consciência ampliada pela conexão pode ser uma chave para abrir o espaço para o amor e o sagrado dentro das três ecologias.

Dentro da transreligiosidade, os símbolos resultam das tradições de cada população. Ou seja, dentro das comunidades, os símbolos vão tomando proporções importantes e são passados de geração a geração como ensinamento. Porém, dentro de uma abordagem de religião e poder quando os símbolos perdem seus sentidos e seus vínculos com os saberes tradicionais, então a tradição se transforma em religião. Isso pode ser percebido no próprio sentido da palavra religião, a qual vem com uma carga de medo, obediência, devoção e etc. Afirmando o pensamento de igualdade, cabe lembrar algo muito forte que Tasso nos trouxe:

“O que aconteceria se rejeitássemos o absolutismo da verdade única, se introduzíssemos a relatividade nas verdades particulares, em favor de uma unidade aberta e dinâmica de integração de todas as verdades?”

Tasso Scaff é formado em Economia, marketing. Terapeuta Social no Colégio Internacional dos Terapeutas e coordenador de Relações Institucionais da Unipaz- DF.

Seminário: Criando união, com Lúcia Torres e Mauro Pozzati

Mauro nos diz que criando união pode levar a pensar em um amor perfeito. Porém união pressupõe individuação; união e individuação coexistem. Se só existir união uma ou as duas pessoas “acabam”… Vivemos em um mundo de polaridades e para falar de união temos que falar de separação, só quando nos separamos podemos ver a união

A Lúcia nos lembra da importância de não perder a conecção com o essencial. Viver e existir podem ser coisas diferentes. Alma é um conceito elástico e muitas vezes precisamos nos render a tentar entender tudo a nossa volta. Deixar de buscar as vezes é mais sábio; é viver o aqui e agora de forma consciente porém sem tensão. Na existência temos muitas perdas, algumas pequenas, outras grandes e a vida vai além delas, além do conceito de certo e errado, justo e injusto.

Compreender o que significa criar união pode ser nossa contribuição para para a alma da humanidade.

Livros indicados: O espirito de intimidade , de Sobonfu Some, João de Ferro, de Robert Bly,O Poder do Discurso Materno, de Laura Gutman, O Poder do Discurso Materno, de Laura Gutman, O Complexo de Cinderela, de Colette Dowling, Dinâmica da Espiral, de Don Edward Beck e Christopher C. Cowan, Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach e O Encontro com Homens Notáveis, de George Ivanovich Gurdjieff .

Texto retirado da Memória da Tribo, feito por Juçara e Tânia.

Soneto da Fidelidade, Vinícius de Moraes

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

 

Vinícius de Moraes foi um poeta, dramaturgo, cantor e compositor brasileiro, jornalista e diplomata. Autor de vários livros, poemas e canções. Livros como O caminho para a distância. Forma e exegese, Novos poemas, Antologia poética, Para viver um grande amor dentre outros.

Seminário: Sonhos e Mandalas; facilitadora: Cristina Carvalhedo

“Os sonhos são reais, apenas estão em outro estado de consciência que não é o estado de vigília. Desqualificar os sonhos é desqualificar a vida psíquica. Enquanto compartilhar os sonhos é compartilhar seu lado mais íntimo, cada sonho trás muitas revelações. Essas revelações podem doer se não são trazidas em forma de símbolos e metáforas. Por isso os sonhos são uma forma suave de percebermos nossa sombra. Por outro lado, tudo que escutamos e vivemos tem a ver com cada uma de nós e “cutuca” nosso inconsciente, podendo aflorar através dos sonhos.”

“As mandalas são representações de inteireza, muitas são símbolos universais e as vezes representam o fechamento de um momento. A Cristina falou da simbologia das mandalas no oriente, nas meditações, nas tradições… e nos trouxe os dez níveis de existência (Livro: Normose, pág. 192).”

“A relação entre os sonhos e as mandalas está tanto na simbologia como no inconsciente. Fazer uma mandala ajuda a buscar no inconsciente aspectos importantes para entender os sonhos. Quando fazemos uma mandala não devemos interromper o desenho, a continuidade é importante para que a conexão com o inconsciente permaneça. Se terminamos e o sentimento é que não está pronta, o melhor é iniciar outra, desenhar novamente”.

Citou livros como: Sonho de Vigília de Castañeda, sonhos Exóticos de Stanley Krippner e o Dicionário de Sonhos de Jean Chevailier e outros.

 

Entre o Sono e Sonho, de Fernando Pessoa

Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.

Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.

Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.

E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre —
Esse rio sem fim.

 

Fernando Pessoa poeta, escritor, crítico literário, inventor, tradutor, filósofo e comentarista político português. Autor de livros como O livro do desassossego, O eu profundo e os outros eus, dentre outros.

Pintura espontânea, de Susan Bello

Pintura Espontânea é um belo trabalho da Susan Bello, pioneira da Terapia Expressiva e da Educação Holística,  no Brasil desde a década de 80.

No Método I.am.I  de Pintura Espontânea ela enfoca a libertação do Self Autêntico e do potencial inato de cada pessoa.