A vida como um novelo de lã, de Ricardo Masstalerz

Perceba a sua vida como um novelo de lã. No percurso do desenrolar do novelo, a identificação e individualização dos nós, possibilitando o ajuste da lã, nas mãos hábeis do tecelão. Podem surgir ainda, neste desenrolar, possíveis emaranhamentos, interferências de outros novelos. Em toda esta jornada, ainda surgem pontos de nós. Não aparentes no novelo mas, ao encontrá-los, necessários desfaze-los. Podem também surgir algum desânimo e até a vontade de virar as costas, ao enxergar um amontoado de lã embolando no novelo. É natural! Mas o novelo não resolve por si. O hábil tecelão desenrola-o. Ajusta a lã e a prepara para tecer belas peças.

E você? Nem precisa desenrolar o seu novelo. Só se tiver algo que queira realizar. Nem precisa, fazer isso de uma única vez. A tarefa pode ser gradativa. Como um hábil tecelão, empreenda os seus dias com paciência, persistência e determinação. Estas atitudes lhe direcionarão ao êxito. Se for isso que deseja. Faça o seu melhor todos os dias, já será suficiente. Não tenha medo. Nem fique paralisado pelo seu amontoado de lã, que possa estar enxergando. É por partes, gradativamente, que realizará o seu melhor.

Poema aos amigos, de Jorge Luis Borges

Não posso dar-te soluções
Para todos os problemas da vida,
Nem tenho resposta
Para as tuas dúvidas ou temores,
Mas posso ouvir-te
E compartilhar contigo.

Não posso mudar
O teu passado nem o teu futuro.
Mas quando necessitares de mim
Estarei junto a ti.

Não posso evitar que tropeces,
Somente posso oferecer-te a minha mão
Para que te sustentes e não caias.

As tuas alegrias
Os teus triunfos e os teus êxitos
Não são os meus,
Mas desfruto sinceramente
Quando te vejo feliz.

Não julgo as decisões
Que tomas na vida,
Limito-me a apoiar-te,
A estimular-te
E a ajudar-te sem que me peças.

Não posso traçar-te limites
Dentro dos quais deves atuar,
Mas sim, oferecer-te o espaço
Necessário para cresceres.

Não posso evitar o teu sofrimento
Quando alguma mágoa
Te parte o coração,
Mas posso chorar contigo
E recolher os pedaços
Para armá-los novamente.

Não posso decidir quem foste
Nem quem deverás ser,
Somente posso
Amar-te como és
E ser teu amigo.

Todos os dias, penso
Nos meus amigos e amigas,
Não estás acima,
Nem abaixo nem no meio,
Não encabeças
Nem concluís a lista.
Não és o número um
Nem o número final.

E tão pouco tenho
A pretensão de ser
O primeiro
O segundo
Ou o terceiro
Da tua lista.
Basta que me queiras como amigo
Dormir feliz.
Emanar vibrações de amor.
Saber que estamos aqui de passagem.
Melhorar as relações.
Aproveitar as oportunidades.
Escutar o coração.
Acreditar na vida.

Obrigado por seres meu amigo.

Jorge Luis Borges foi poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino. Autor de Ficções, O Aleph e O livro de Areia, História da eternidade, dentre outros.

Agradecer, de Bert Hellinger

“Agradecer significa:

Tomar o que me é dado,

Segura-lo com respeito nas mãos,

Acolhe-lo dentro de mim,

Em meu coração,

Até que percebo internamente:

Agora é uma parte de mim.

Agradecer é também:

Aplicar o que me foi dado

E se tornou uma parte de mim

Numa ação que permita a outros

Alcançar também

O que me enriqueceu

Só então o que me foi dado

Alcança sua plenitude.”

 

Bert Hellinger  é teólogo, pedagogo, criador das Constelações familiares e autor de vários livros como: Pensamentos a Caminho, Ordens do Amor, Liberados somos concluídos, dentre outros.

Se cada dia – Pablo Neruda

Se cada dia cai, dentro de cada noite,
há um poço
onde a claridade está presa.

há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência.

Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto, mais conhecido como Pablo Neruda, foi um escritor e politico chileno. Livros como Crepusculário, Vinte poemas de amor e Uma canção desesperada, dentre outros.

Esperança, de Mario Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança…
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…

 

Mario Quintana, poeta brasileiro, autor de vários livros como Rua dos Cata-ventos, Canções, Sapato Florido, O Aprendiz de Feiticeiro, Prosa e Verso, Nova Antologia Poética e muitos outros.

Feliz 2018 com poema de Mahatma Ghandi!

Se eu pudesse deixar algum presente a você,
Deixaria aceso o sentimento de amor à vida dos seres humanos.
A consciência de aprender tudo o que nos foi ensinado pelo tempo afora.
Lembraria os erros que foram cometidos, como sinais
para que não mais se repetissem.
A capacidade de escolher novos rumos.
Deixaria para você, se pudesse, o respeito aquilo que é indispensável:
alem do pão, o trabalho e a ação.
E, quando tudo mais faltasse, para você eu deixaria, se pudesse, um segredo.
O de buscar no interior de si mesmo a resposta para encontrar a saída.”

Mahatma Ghandi

 

Deus está em toda parte, de Carlos Torres Pastorino

Deus está em toda parte ao mesmo
tempo, ao redor de você, dentro de você!
Jamais você está desamparado.
Nunca está só.
Não permita que a mágoa o perturbe:
procure manter-se calmo, para ouvir a voz
silenciosa de Deus dentro de você.
Assim, poderá superar todas as dificuldades
que aparecerem em seu caminho, e
há de descobrir a Verdade que existe em
todas as coisas e pessoas.


                  Livro: Minutos de Sabedoria, Carlos Torres Pastorino