Poema, de Júlio Cézar dos Reis Almeida
O poema escapa-meTangencio sua estética, persigo-o insistentemente,Mas se ele não quer vir, força-lo é tatear no escuro.Chego a perceber subliminarmente o seu sentidoQue me escapa ao menor movimento da canetaFaz tempo que o papel aguarda incólumePara registrar sua formaMas espera em vão!Por que não vem? Pergunto-lheO que lhe falta pra brotar? Indago-lhePor que não se cristaliza? Questiono-lheBato à porta porém minhas indagaçõesPermanecem sem resposta.A angústia cresce,Mas a busca e a crença de que ele virá permanecemInútil clamar ao Deus da poesia.O poema vem quando a hora chegarO poema, como a semente, tem a sua hora de brotar
